Essas reflexões têm como objetivo fazer com que compreendam com maior clareza as nossas proposições e ensinamentos. Devem então admitir a entidade astral como aquela coisa indefinida e invisível que mantém e conserva nossa vida, assim como a de todas as coisas no universo dotadas de sentimento e que provêm (profluit) dos astros.
Explicaremos isso com um exemplo: o fogo precisa de um combustível para arder, como a madeira, sem a qual ele não existiria. Considerem então que o fogo é a vida e que igualmente precisa de alguma madeira para existir. E lembrem-se disto, por mais grosseiro que seja o exemplo, porque acho que será suficiente e muito bom: o corpo é a madeira e a vida é o fogo. Por assim dizer, a vida “vive” do corpo.
Em compensação é preciso que o corpo tenha algo que impeça sua consumação pela vida e que o faça perdurar (perduret) em sua própria substância. Este “algo” de que estamos falando é o mesmo que emana dos astros ou do firmamento: justamente a entidade astral.
Dirão com muita verdade que se não existisse o ar todas as coisas cairiam no chão e que morreriam por asfixia todas as que tivessem vida própria. Devo dizer sobre isso que ainda existe algo que sustenta o corpo e que o mesmo corpo alimenta, que se acabasse seria tão insuportável como a perda do ar.
Este “princípio”, que faz viver o firmamento, que conserva e acalenta o ar e sem o qual se dissolveria a atmosfera e morreriam os astros, chamamos de M.
Com efeito, nada existe de mais importante e mais digno para ser levado em consideração pelo médico. Por outro lado, este “princípio” não está no firmamento, nem emana dos corpos celestes, nem é projetado por eles até nós – pobres mortais! – sendo muito mais importante que tudo isso junto.
Seja como for, tenham como certo que este princípio conserva todas as criaturas do céu e da terra, vivendo nele e dele todos os elementos; e aceitem tudo o que acabo de dizer como sendo uma opinião justa e que podem incluir em tudo o que diz respeito ao primeiro ser da criação, e a tudo que explicamos sobre M nesta dissertação.
Paracelso para ter: DOWNLOADParacelso dentro do ouvido
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